OCDE prevê mais austeridade para Portugal

Previsões pessimistas da OCDE. A recessão continua até “meados de 2013” e o desemprego vai subir até aos 16,2%.

O Governo português vai ter de adoptar novas medidas de austeridade para cumprir as suas metas orçamentais, prevê a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Num capítulo do seu “Outlook” dedicado à economia portuguesa, a OCDE refere que Portugal fez uma “grande consolidação orçamental em 2011”, que será “ainda maior” este ano, e aconselha o Governo a continuar a seguir o programa da “troika”.

No entanto, a OCDE prevê que o PIB de Portugal vá encolher 3,2% este ano e voltar a cair 0,9% em 2013. Ambos os números são bastante mais pessimistas que as previsões do Executivo. Caso as projecções da organização se concretizem, os défices orçamentais ascenderiam a 4,6% do PIB este ano e 3,5% no próximo – acima das metas oficiais (4,5% e 3%).

“Neste cenário, cumprir as metas oficiais vai exigir medidas de consolidação orçamental para lá das previstas no programa” da ‘troika’, lê-se no documento. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, rejeitou repetidamente que o Governo tenha de adoptar este ano novas medidas de consolidação orçamental.

Desemprego sobe até aos 16,2%
A taxa de desemprego em Portugal vai continuar a bater recordes e atingirá os 16,2% em 2013.

Nestas projecções, as mais pessimistas relativamente a 2013 até agora divulgadas por instituições internacionais, a OCDE projecta uma recessão mais forte e mais prolongada do que a esperada pelo Governo.

A organização espera assim que este ano a taxa de desemprego chegue aos 15,4%, aumentando para 16,2% no ano seguinte.

Tanto o Governo como a “troika” esperam uma taxa de desemprego menor este ano (na ordem dos 14,5%), e uma quebra (embora ligeira) em 2013.

Recessão até “meados de 2013”
A economia portuguesa vai cair 3,2% este ano e 0,9% no próximo. A OCDE considera que “a profunda consolidação fiscal, o desendividamento da banca e a fraca procura externa” vão prolongar a recessão “até meados de 2013”.

Num capítulo do seu “Outlook” dedicado à economia portuguesa, a organização prevê que uma redução no consumo privado de 6,8% este ano e 3,2% no próximo; e um crescimento das exportações de 3,4% este ano e 5,1% em 2013. Estes valores são menos optimistas que os do Ministério das Finanças.

No entanto, segundo o relatório da OCDE, o cenário para Portugal corre o risco de ainda ser pior: “Uma deterioração adicional das condições de crédito na zona euro teria impacto sobre a actividade económica”.

Por outro lado, a organização nota que as exportações têm evoluído “surpreendentemente bem, talvez devido à diversificação e ao efeito benéfico das reformas estruturais”; se esta evolução persistir, a recessão “será menos profunda e a recuperação mais forte que o projectado”.

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