Ex-ministro da Saúde do PSD dá razão aos médicos
Paulo Mendo considera que é urgente salvar o essencial, preservando o Sistema Nacional de Saúde.
O ex-ministro Paulo Mendo, que ocupou a pasta da Saúde num anterior Governo do PSD, considera que há razões para os médicos fazerem greve e culpa o actual ministro por não ter tentado negociar mais cedo.
“Considero que há razões para a greve ter sido anunciada. Foi anunciada há um mês mas não recebeu do ministério uma atenção imediata. Agora estamos a três ou quatro dias do mês e não se vê propostas nenhumas. Em vez disso ouvimos o ministro dizer que não põe de parte, embora em condições muito especiais, a requisição civil.”
Paulo Mendo critica o facto do actual ministro ter admitido a requisição civil, porque esse não é um bom ponto de partida para se encontrar uma solução que impeça a greve.
“É muito difícil começar negociações quando há já uma ameaça do outro lado.”
Paulo Mendo comentou ainda as declarações do Primeiro-ministro que ontem disse que se a alternativa for cortar na despesa pública, os sectores da Educação e Saúde serão os alvos.
O ex-ministro lembra que o Serviço Nacional de Saúde já sobrevive nos limites do sobreendividamento. “Se estamos no limite dos países mais poupados, se nos tiram um décimo do orçamento é claro que vamos sofrer e já estamos em penúria. Se ainda por cima agora dizem que o único sítio de onde tirar é na saúde, é evidente que vamos sofrer.”
Paulo Mendo considera que é urgente salvar o essencial, preservando o Sistema Nacional de Saúde.
“Dizem que fazem isto, que são sacrifícios para salvar o Sistema Nacional de Saúde. Não é nada! Estamos em plena tempestade, a apanhar com os raios todos em cima de nós. O que é preciso é preservar o essencial, para mim isso é a estrutura e o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde”, afirma.