PCP insiste na demissão do Governo

Jerónimo de SousaLíder comunista dispara em várias direcções no discurso de encerramento da festa do Avante. Contra o Governo, contra a revisão da Constituição, mas também contra a guerra na Síria e os cortes que terão levado aos incêndios.

O secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, insistiu no encerramento da festa do “Avante”, no pedido de demissão de um Governo, que ataca tribunais e a Constituição. “O que está mal não é a Constituição e é mau sinal que o PS já admita a sua revisão. O que é preciso mudar não é a lei fundamental do país, garante do regime democrático. O que é preciso mudar e com urgência é este Governo, é esta política, que estão a conduzir Portugal e os portugueses para o abismo”.

Governo, Presidente da República e PS, todos levam críticas de Jerónimo de Sousa. Só o Bloco de Esquerda escapou.

O líder comunista lembrou que há alternativas à política que vem sendo seguida. “Os portugueses não estão condenados a escolher entre permanecer na frigideira ou saltar para o lume. Há outras soluções e outras saídas para os problemas do país”, reforçou.

Jerónimo de Sousa liga o flagelo dos fogos florestais, que provocaram já oito mortes entre bombeiros este Verão, aos sucessivos “cortes” orçamentais por parte dos diversos governos.

“É em resultado desta política que se agravam os problemas em todos os sectores da vida nacional. Nalguns casos, com consequências bem dramáticas. Veja-se a dimensão do flagelo dos fogos florestais que não está desligada da falta de medidas de prevenção e ordenamento da floresta, dos cortes no investimento público e da insuficiência do Dispositivo de Combate da Autoridade Nacional de Protecção Civil”, acusou, no encerramento da 37ª Festa do “Avante”.

“E não se continue a procurar bodes expiatórios, a responsabilidade é política, deste governo e dos anteriores. Queremos daqui, neste momento doloroso, expressar o pesar e a solidariedade do PCP para com os familiares dos bombeiros falecidos e acidentados, para com as suas corporações, e relevar, mais uma vez, o papel que desempenham no combate aos incêndios, pesem as carências de equipamentos e apoios”, concluiu.

Na “época de fogos florestais”, morreram oito bombeiros no combate às chamas em Portugal. Os incêndios florestais consumiram até final de Agosto uma área de 94.155 hectares, mais 25% do que em igual período de 2012, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

PCP contra guerra na Síria
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirma que o Governo PSD/CDS e o maior partido da oposição, PS, caso apoiem uma intervenção internacional na Síria, estarão a envolver Portugal num “crime do imperialismo”.

“É tempo de dizer que permitir ou apoiar uma guerra contra a Síria, como parece que é o caso do Governo, mas também do PS, seria um novo e escandaloso ataque ao direito dos povos e ao direito internacional. É, portanto, tempo não apenas de dizer, mas de lutarmos decididos pela Paz, contra a guerra na Síria e contra o envolvimento de Portugal em mais um crime do imperialismo”, disse, no encerramento da 37ª Festa do “Avante”.

O líder comunista alertou que “os tambores da guerra soam no Médio Oriente” e que “um ataque dos EUA ou da NATO pode acontecer a qualquer momento”, sugerindo que “o que os move são interesses e estratégias contrários aos daquele povo”.

“O que os move é o controlo dos riquíssimos recursos naturais da região. O que os move é tentar usar a força para manter o seu poder. Um poder que em cada dia é questionado pelos povos e por muitos Estados que, independentemente de contradições, cada vez mais põem em causa o domínio das principais potências imperialistas”, afirmou.

Para Jerónimo de Sousa, “uma guerra aberta contra a Síria seria uma aventura de consequências imprevisíveis que poderia incendiar toda a região do Médio Oriente e, muito possivelmente, o Mundo”.

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