Diretores escolares preocupados com dois mil horários por ocupar

escolaOs diretores escolares estão preocupados com os cerca de dois mil horários ainda por preencher, um número que não consideram residual, mas que não deverá impedir o normal arranque do ano lectivo.

O vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, disse à Lusa que, na quinta-feira, quando a meio da tarde foram divulgadas as listas de colocação dos professores, muitos diretores “respiraram de alívio”, porque iriam ter os docentes nas escolas na próxima segunda-feira, dia em que a maioria das escolas arranca, de facto, com as aulas.

Ainda assim, Filinto Lima lamentou que essas colocações não tivessem acontecido mais cedo, a tempo de permitir que esses docentes integrassem os trabalhos de preparação do ano letivo.

De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), 1.991 horários ficaram por preencher, depois de concluído o processo de colocação de docentes por contratação inicial e reserva de recrutamento.

De acordo com o ministério, dos 8.584 horários postos a concurso foram preenchidos 6.593 lugares, 793 dos quais foram entregues a professores dos quadros que, depois de fechado o concurso geral de agosto, ficaram sem componente letiva.

O MEC adiantou também que 5.454 lugares foram ocupados através de Contratação Inicial de Professores e 346, através de renovação.

O vice-presidente da ANDAEP desconhece a existência de problemas relevantes no início do ano letivo de 2013-2014, no que diz respeito a professores e alunos, falando apenas de “situações pontuais” de alunos sem professores atribuídos ou turmas mistas no 1.º ciclo do ensino básico, “uma realidade que existe há muitos anos e que tem vindo a decrescer”.

Ainda assim, há duas questões que preocupam a ANDAEP.

A primeira prende-se com o número de psicólogos nas escolas, que Filinto Lima considerou escasso. De acordo com o dirigente associativo estes profissionais poderão ter a seu cargo dois agrupamentos de escolas, o que se pode traduzir, em alguns casos, na atribuição do acompanhamento de mais de quatro mil alunos a apenas um psicólogo.

“O Ministério da Educação e Ciência devia repensar esta situação e encarar a contratação de um psicólogo para cada estabelecimento de ensino como um investimento, e não uma despesa”, defendeu Filinto Lima, que sublinhou a importância do trabalho dos psicólogos no combate ao insucesso e abandono escolar e na orientação vocacional dos alunos.

A outra preocupação prende-se com os auxiliares de educação afetos às escolas. O dirigente da ANDAEP afirmou que em algumas escolas não haverá auxiliares em número suficiente, e naqueles em que existem, chegam muitas vezes sem preparação para as funções que vão desempenhar.

Através de acordos com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), muitos desempregados são enviados para as escolas para desempenhar funções de técnicos operacionais, suprindo as necessidades de auxiliares, mas sem qualquer habilitação para tarefas habitualmente atribuídas a estes técnicos, como sejam o atendimento ao público na portaria, a prestação de primeiros socorros a alunos ou tirar fotocópias na reprografia.

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