Israel atribui bloqueio do processo paz a palestinianos
Israel acusou os palestinianos de estarem a bloquear o processo de paz, contra os quais já começou a aplicar sanções, refutando raras críticas dos Estados Unidos de Telavive ser o responsável pela sitação.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusou Israel de entravar as negociações de paz com os palestinianos, mediadas pelos EUA, que decorrem aos ziguezagues entre as duas partes.
Apesar de não ter poupado os palestinianos, Kerry atacou excecionalmente os israelitas, considerando que o anúncio na última semana da construção de mais 700 habitações em Jerusalém-Leste e a recusa de libertar prisioneiros palestinianos deixou o processo de paz num impasse.
Os ministros dos negócios estrangeiros árabes, reunidos no Cairo, atribuíram "a Israel a total responsabilidade da perigosa crise" nas negociações, apoiando a posição do presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, que acusou Israel de ter o "objetivo estratégico de ganhar tempo".
Os ministros do Governo de Benjamin Netanyahu receberam instruções para limitar os contactos com os seus homólogos palestinianos, exceto na matéria da segurança e das negociações, segundo uma fonte do Governo israelita.
"Em resposta a violações das promessas palestinianas feitas no contexto das negociações de paz, pediu aos ministros para evitarem reunir-se com os seus homólogos palestinianos," disse a fonte sob condição de anonimato, referindo-se à assinatura dos pedidos de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais.
O ministro do Trabalho palestiniano, Ahmad Majdalani, desvalorizou o alcance desta decisão, salientando que 90% dos negócios diários são tratados com a administração militar israelita.
"Na verdade, não há reuniões organizadas entre os ministros palestinianos e israelitas, além dos ministros das Finanças", disse Ahmad Majdalani à AFP.
Entretanto, o primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah, anunciou, em comunicado, que marcou reuniões de emergência das instituições e ministérios "para estudar as repercussões da decisão do governo israelita de impor sanções adicionais contra o povo palestiniano".
Uma fonte do Governo palestiniano disse à AFP que as primeiras sanções poderiam ser um começo para congelar a transferência de impostos cobrados por Israel em nome da autoridade palestiniana.





