Jerónimo de Sousa: Vigilância da troika é como ter “uma pulseira eletrónica”
Secretário-geral do PCP insiste na ideia de que a troika vai continuar no País e desafia PS a dizer "o que quer" daqui para a frente. João Ferreira lembra "compromisso com a austeridade" assumido por Francisco Assis.
Jerónimo de Sousa defendeu que não haverá qualquer saída limpa do programa de assistência financeira dado que as instituições da troika vão continuar a fazer uma vigilância reforçada ao nosso País. Para o secretário-geral comunista, essa monitorização reduz Portugal à condição de "um preso em liberdade condicional", pois terá "uma pulseira eletrónica na perna, que o impedirá de escolher o seu caminho".
Num comício de campanha para as eleições europeias que decorreu no Barreiro, o líder comunista referiu-se à estratégia de crescimento a médio como "um exercício pouco digno" da parte do Governo, sublinhando que o documento "foi escrito em inglês" mas redigido "a pensar nos alemães".
E, como vem sendo habitual, Jerónimo atacou a "troika doméstica", PS, PSD e CDS, desafiando os socialistas a dizerem o que querem daqui para a frente. "O que a direita quer nós já sabemos, mas e o PS? O que quer fazer, caso se confirme a derrota dos partidos do Governo?", questionou perante várias centenas de apoiantes da CDU, lamentando "a espécie de nim" com que se têm apresentado aos eleitores.
Na mesma toada, atirou ainda a propósito da corrida ao Parlamento Europeu: "Se o candidato do PS fizesse a campanha do PSD e o do PSD fizesse a do PS, vocês nem dariam conta, de tão parecidos que são os seus discursos."
Já o cabeça de lista da CDU às eleições do próximo dia 25, João Ferreira, alfinetou o candidato do partido "rosa", recuando um ano para assinalar declarações através das quais Francisco Assis "assumiu um compromisso com a austeridade". "Pela boca morre o peixe", observou, rebatendo a tese de que seja a coligação PCP/PEV a ter sempre os socialistas "na mira".
