Santa Marta de Penaguião: recriação da lenda da Santa Marta decorre no dia 29 de julho

Lenda Santa Marta

A vila de Santa Marta de Penaguião, ano após ano, assiste à recriação da lenda que deu origem ao seu nome.

Inserida nas festividades da tradicional Semana Cultural duriense, a lenda da Santa Marta e do seu Conde Guillon desperta em todos os espetadores um reviver da história. Desde de todo o cenário envolvente, aos figurinos e ambiente musical, a recriação tem vindo a ser um dos momentos mais marcantes das comemorações. 

Este ano, e de forma a assinalar a nova data do Feriado Municipal, a lenda será novamente relembrada.

LENDA

Certo e desconhecido cavaleiro francês, um tal Conde de Guillon que andou por estas terras, mandou queimar a capela de Santa Marta. Consumado o acto sacrílego, a Santa apareceu-lhe ditando o castigo: que plantasse uma vinha, e cuidasse dela. Arrependido e humilhado, nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los, tinha a seus pés um corvo, ave profética e sagrada, de acordo com crenças antigas, símbolo do mau agoiro que pressente a morte com o seu grasnar.

O contrito conde cumpriu a dura penitência, e ficou cheio de alegria na hora da vindima, porque nunca tinha produzido nada na vida. Lembrou-se então de oferecer à Santa as uvas, fruto do seu suor, e em vez de um corvo, apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação. Estava perdoado. E, desde então, a localidade começou a ter o nome: Santa Marta de Pena Guillon. Que, segundo a tradução (e tradição) popular quer dizer “Santa Marta de Pena (castigo) Guillon”
(traduzido para Guião)

SANTA MARTA REPRODUZIDA EM VITRAL DA CASA DO DOURO

Santa Marta encontra-se reproduzida em belo vitral no edifício da Casa do Douro, no Peso da Régua, pela mão do Pintor Lino António. Este foi acabado em 1945 e sintetiza toda a dinâmica e beleza desta região, tem uma área aproximada de 50 m² formando um tríptico. No painel do centro podemos ver três grandes figuras. 

A figura do centro representa a Casa do Douro, e mostra um pergaminho onde se lê “…Casa do Douro, decreto 21 883, Novembro de 1932”. Quer isto dizer, que o governo, através do referido decreto-lei, cria a Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro, em Novembro de 1932, hoje Casa do Douro.
A figura da esquerda representa a agricultura tendo aos seus pés uma enxada de ganchos. E a figura da direita simboliza o comércio e tem na mão um caduceu. As figuras de mãos dadas simbolizam o pacto de honra e cavalheiros, entre a produção e o comércio do Vinho do Douro.

Na parte superior esquerda, está a capela devota de Santa Marta, padroeira do Douro. 

Na parte superior, ao centro do painel, estão as cinco quinas de Portugal e o símbolo da Casa do Douro. Da esquerda para a direita, é-nos dado observar várias datas que foram importantes para a história do Douro.

O painel da esquerda, dedicado à agricultura, mostra, através das figuras e paisagens características da região Duriense, a faina típica da vindima, o transporte e a pisa. 

O painel da direita, dedicado ao comércio, mostra a cidade do Porto, donde provém o nome por que é conhecido o vinho generoso do Douro, e os meios de transporte usados na época.
E Penaguião terá adaptado o seu nome, “Santa Marta de Penaguião”, erigindo-lhe uma capela que deu nome ao lugar. 
Santa Marta, Vila da freguesia (sede) de Lobrigos, tem outro padroeiro: S. Miguel-o-Anjo, mas Marta ficou sempre na boca (e no coração) do povo crente e diligente de Penaguião.

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