Natalidade requer “compromisso político de 20 anos”
Joaquim Azevedo, coordenador da comissão reunida pelo Governo para analisar a questão da natalidade, apresentou hoje as conclusões do seu grupo de trabalho e sublinhou que é preciso um “compromisso político de longa duração” baseado “conjunto articulado de medidas”.
“É preciso um prazo de 20 anos, cinco legislaturas, é preciso haver um compromisso político de longa duração”, sustentou Joaquim Azevedo, membro do Conselho Nacional de Educação e ex-secretário de Estado, na apresentação das conclusões do estudo sobre a natalidade pedido pelo Executivo de Passos Coelho.
O coordenador da equipa de trabalho reunida para analisar o problema da natalidade, em Portugal, propôs “uma política com o objetivo de remover os obstáculos que existem” para que os casais possam ter os filhos que desejam.
“Propomos uma política com uma meta, feita em dois tempos: travar a queda demográfica em curso (…) e trabalhar o lento caminho de recuperação do índice de fecundidade”, adiantou o responsável.
Azevedo esclareceu que não se pode “continuar a olhar para uma mulher grávida como um estorvo para as empresas e para a produtividade”, acrescentando que “não se pode apregoar de manhã as graças do Estado Social e de tarde criticar os custos elevados da gravidez e das crianças”.
“Esta comissão quer apresentar um conjunto de medidas e não uma medida em particular, isso é impossível. (…) Não há uma medida mais importante que outra e o que esta comissão deseja é um conjunto articulado de medidas que configurem uma nova possibilidade” para as famílias, continuou o ex-secretário de Estado.
“A questão é política, diz respeito à escolha da sociedade que queremos para nós e para os vindouros”, rematou.





