DOURO: Produção de vinho do Porto mantém-se nesta vindima

A Região Demarcada do Douro (RDD) vai transformar em Vinho do Porto 110 mil pipas em 2010, mantendo-se o mesmo quantitativo que na vindima anterior, anunciou o Instituto de Vinhos do Porto e Douro (IVDP).

O presidente do instituto público, Luciano Vilhena Pereira, disse hoje à Agência Lusa que o conselho interprofissional fixou em 110 mil o número de pipas a beneficiar este ano (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

Este valor representa uma manutenção do número de pipas em relação à vindima do ano passado.

O benefício foi aprovado com os votos a favor da produção, que regressou ao interprofissional depois de dois anos de ausência, do presidente do IVDP e a oposição do comércio, que defendia uma redução de 10 mil pipas.

Vilhena Pereira referiu que o valor foi fixado com base em perspetivas de “continuar a aumentar as vendas e de crescimento, embora lento, da economia a nível mundial entre os países compradores de vinho do Porto”.

“Mantendo-se esta evolução as coisas estão perfeitamente equilibradas”, frisou.

Vilhena Pereira referiu ainda que não foi aprovada a fixação de um preço indicativo para a primeira colocação do vinho no mercado, uma situação que se verifica em outras regiões produtoras, como Bordéus (França).

O responsável quis destacar o regresso da produção ao interprofissional, salientando que é mais um passo para a “regularização das relações entre todos os agentes” da região demarcada.

Para o presidente da Casa do Douro, representante da produção, este é um “número correto”.

“Agora os viticultores e as suas associações, nomeadamente as cooperativas, têm que fazer o resto. Isto é, impedir abaixamentos de preços e lutar pela sua manutenção ou até melhoria. Têm que promover negócios que melhorem os seus rendimentos”, salientou Manuel António Santos.

O responsável frisou ainda que este quantitativo vem travar os “boatos” que todos os anos circulam pelo Douro.

O presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), António Saraiva, explicou que o comércio defendia uma redução para as 100 mil pipas, um número que resultou da análise das intenções de compra às empresas do setor.

Referiu que o benefício fixado no ano passado resultou também desse cálculo e o que se verificou é que “não sobrou vinho”.

“Esperamos que tudo corra bem e o vinho seja todo vendido, que não hajam excedentes e que os preços se possam manter. Enfim, que haja estabilidade”, salientou.

O Conselho Interprofissional é um órgão de representação paritária da produção e do comércio competindo-lhe a gestão das denominações de origem e indicação geográfica da Região Demarcada de Douro.

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