Há anos que os cristãos não se sentiam tão seguros no Egipto

Cristãos

Clima de medo, que reinou sobretudo durante o período em que a Irmandade Islâmica esteve no poder, já se dissipou, dizem os cristãos.

Os cristãos no Egipto sentem-se mais seguros agora do que em qualquer altura dos últimos anos, segundo avança o porta-voz da Igreja Católica naquele país.

Em declarações à fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o padre Rafik Greiche afirma que o clima de medo, que reinou sobretudo durante o período em que a Irmandade Islâmica esteve no poder, já se dissipou.

“Os cristãos sentem-se muito mais seguros. Vão à missa sem se sentirem ameaçados, como acontecia no tempo do presidente Morsi. Existe um ambiente mais pacífico em geral”, afirma.

“O número de actos de agressão está num novo nível, um mínimo. Por vezes ainda há tensões inter-religiosa nalgumas aldeias. Ainda temos problemas com o rapto de raparigas cristãs por parte de radicais. Mas ainda assim a situação melhorou consideravelmente. Os problemas que existem são apenas uma fracção das que os cristãos sofriam no tempo de Morsi.”

A Primavera Árabe, em 2011, viu um clima de optimismo tomar conta do país, com cristãos e muçulmanos lado a lado nas ruas a exigir democracia e liberdade. Mas a experiência democrática revelou-se preocupante para os cristãos com a vitória dos candidatos da Irmandade Muçulmana.

Com o Presidente Morsi no poder houve um retrocesso dos direitos dos cristãos e um aumento dos casos de violência.

Em 2013, após protestos que duraram vários dias, as forças armadas depuseram Morsi, num acto que mereceu o apoio dos coptas, como são conhecidos os cristãos egípcios. Em resposta os islamitas amotinaram-se em vários pontos do país, destruindo e incendiando dezenas de igrejas e edifícios cristãos e matando muitos coptas.

Mas a subida ao poder do general el-Sisi melhorou substancialmente as coisas e no horizonte está mesmo uma nova lei que poderá facilitar a construção e reparação de igrejas para os coptas: "O Presidente disse-nos que os cristãos têm todo o direito a ter as suas igrejas e rezar. Este é um dos nossos principais problemas. É muito difícil construir uma igrejas nova."

Segundo o padre Greiche, a nova lei que está a ser preparada dispensaria a necessidade de pedir autorização ao presidente, bastando a luz verde do governador provincial. "Se este não levantar qualquer objecção, a construção pode avançar 60 dias após o pedido", afirma.

Por enquanto, contudo, a lei está em suspenso, uma vez que não existe Parlamento. As eleições estão marcadas para o final do ano, mas uma eventual vitória dos partidos islamitas poderia dificultar mais a vida dos cristãos.

A esmagadora maioria dos cristãos coptas pertencem à Igreja Ortodoxa, com uma minoria a pertencer à Igreja Católica.

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