Maria José Morgado: “Precisamos de peritos que nos orientem”
A Procuradora Geral Adjunta Maria José Morgado voltou a dizer que sem meios especializados é muito difícil combater a corrupção.
“O alargamento dos prazos de prescrição não me parece nada de relevante – embora não sou pobre e mal agradecida – mas não é o que seja mais relevante em matéria de prevenção e punição da corrupção porque um julgamento ao fim de 15 anos é um julgamento de prova muito difícil e a delimitação do objecto do processo só pode ser feita de forma especializada, ou seja, tendo assessoria técnica. Precisamos de peritos que nos orientem e sirvam de bússola”, disse.
Maria José Morgado acrescentou: “Não posso investigar se tiver cinco mil inquéritos. Vou acabar por concluir os mais fáceis e nunca chego aos fenómenos verdadeiramente danosos. Estou sempre atrasada”.
A também directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa aproveitou o discurso final das jornadas sobre corrução na Figueira da Foz para pedir aos juízes e procuradores presentes para continuarem a ter coragem e força de vontade para investigar. “Desejo aos colegas que tenham coragem, força de vontade porque com coragem e força de vontade o principal acaba por se fazer”.
A procuradora apelou à investigação e lamentou a falta de meios técnicos e materiais que muitas vezes o DIAP tem.





