Programas “extensíssimos” e rankings “pressionam” alunos do 1.º ciclo
Segundo um estudo divulgado recentemente pela OCDE, Portugal é um dos países em que os alunos mais tempo passam na escola, sobretudo no 1.º ciclo, onde a média anual soma 875 horas
Pais, professores, psicólogos escolares e diretores estão preocupados com o tempo que as crianças passam a trabalhar fora da escola.
Para além do tempo passado em aulas, entre estudar ou fazer trabalhos de casa os alunos portugueses têm ainda muito para fazer em casa.
A culpa, diz ao Diário de Notícias João Freire psicólogo escolar e coordenador do Sindicato Nacional dos Psicólogos para a Educação, é do "modelo cognitivista que tem sido imposto pelo Ministério da Educação".
"Temos escolas saturadas, com programas extensíssimos, e famílias também sobrecarregadas de trabalho, com dívidas, com pais que trabalham muitas horas. E é nos trabalhos de casa que se nota o stress em que as famílias estão", condenou.
O psicólogo não nega, contudo, o papel “benéfico” dos trabalhos de casa, opinião partilhada por António Pereira, da Associação de Diretores Escolares.
“O maior problema passa pelas alterações curriculares na Matemática, no 1º ciclo: implicam muito trabalho, muita repetição, porque os programas não estão adaptados à idade mental dos alunos”, admite António Pereira.
Para o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascenção, “as escolas e famílias sentam-se muitas vezes pressionadas a exigir mais dos alunos pelos rankings elaborados com base nos exames nacionais”.





