E agora, quem deve formar Governo: coligação PàF ou união à Esquerda?
O futuro do país ainda não está decidido apesar da vitória clara, mas não absoluta, da coligação de Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS-PP). Não conseguindo os deputados suficientes, a Direita pode vir a depender da Esquerda.
No dia em que mais de 9,6 milhões de eleitores foram às urnas para eleger o Governo para os próximos quatro anos, ficou conhecido através dos dados da secretaria-geral do Ministério de Administração Interna – Administração Eleitoral que a coligação Portugal à Frente (PàF) sai vitoriosa mas sem maioria absoluta, algo que não se verificou nas eleições legislativas de 2011.
Sendo a força política mais votada com 38,55% dos votos e com 104 mandatos nas eleições até às 00h00, os números não são completamente favoráveis por não darem maioria absoluta à coligação PSD/CDS-PP, surgindo assim a hipótese de a Esquerda se unir para governar Portugal.
O PS surge como o segundo partido mais votado com 32,38% com 85 mandatos. Mas a novidade da noite foi o Bloco de Esquerda que surgiu como a terceira força política.
A coligação PàF teria agora uma hipótese: um consenso à Esquerda para governar com estabilidade, no entanto, essa não é a vontade da Esquerda que já declarou esta noite que não está disponível para manter Passos Coelho a governar Portugal.
Tanto a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, como o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, garantem não estar disponíveis para chegar a consenso com o PSD e CDS. Já o secretário-geral do PS, António Costa, disse não querer ser um partido do "contra" e que deixaria Passos Coelho formar Governo: “Ninguém conte connosco para sermos só uma maioria do contra”, explicou.
Por outro lado, Pedro Passos Coelho mostrou-se disponível para um acordo junto do Partido Socialista, remetendo para um possível encontro já esta semana para a discussão de possiveís reformas.
Em termos de abstenção, os dados indicam que se situa nos 43,11%. Este valor representa um aumento em comparação às legislativas de 2011 (42%).
