Autarca de Santa Marta de Penaguião quer taxa de navegabilidade no Douro para ajudar viticultores
O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, desafiou à criação de uma taxa de navegabilidade no rio Douro que reverta para ajudar os viticultores e para a sustentabilidade da região demarcada.
A ideia é, segundo o autarca, que o turismo fluvial ajude a viticultura e os viticultores da mais antiga região demarcada do mundo.
O desafio foi lançado no dia em que se faz o balanço dos prejuízos causados pelo granizo e pela chuva intensa em algumas localidades do Douro, onde a produção de vinho é a principal fonte de rendimento de muitas famílias.
“Há o turismo fluvial no Douro porque existe paisagem. Quem cuida da paisagem são os viticultores e se eles abandonarem as vinhas deixa de haver paisagem e deixa de haver turismo”, afirmou Luís Machado à agência Lusa.
Afirmou também que, “por isso mesmo defendo a criação de uma taxa de navegabilidade que garanta o seguro de colheita efetivo a todos os viticultores do Douro”.
O presidente adiantou que o valor a aplicar é discutível, podendo ser de um ou dois euros.
Esta proposta vai ser apresentada pelo autarca de Santa Marta de Penaguião, no distrito de Vila Real, à CIM Douro, que reúne 19 municípios durienses.
Frisou o autarca, “a ideia é ajudar os viticultores de maneira a que, quando acontecem estes episódios de mau tempo, tenham um fundo de ajuda a que recorrer. Isto seria uma segurança para os produtores”.
“Através da taxa de navegabilidade criaríamos um mecanismo financeiro que tornaria a região sustentável. Ou seja, o turismo asseguraria a produção, a produção asseguraria o turismo pela paisagem e seriamos assim, de facto, solidários”.
O autarca recordou que, anualmente, há milhares de turistas que sobem o Douro em embarcações turísticas.
Luís Machado disse que o granizo afetou, no seu concelho, pelo menos 100 produtores, principalmente nas localidades de Fontes, Medrões e Sever. Sublinou que, “em alguns casos verificaram-se perdas de colheita de 100%”.





