UTAD: Universidade elege novo reitor a 19 de Junho
As eleições para a reitoria da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) realizam-se a 19 de junho, terminando com o mandato do atual reitor, Armando Mascarenhas Ferreira, que está à frente da academia desde 2002.
Mascarenhas Ferreira, 60 anos e natural de Benguela, Angola, termina o segundo mandato consecutivo à frente da reitoria da universidade transmontana, para onde veio trabalhar em 1976, quando ainda era um instituto politécnico.
Esta será a primeira eleição de um reitor após a aprovação dos novos estatutos da universidade que abre a possibilidade à candidatura de pessoas exteriores à academia.
As candidaturas deverão ser entregues até 18 de maio e o novo reitor é eleito a 19 de junho pelos elementos do Conselho Geral da UTAD, presidido pelo embaixador Seixas da Costa.
A poucos meses de sair da reitoria, o responsável fez uma espécie de balanço dos oitos anos à frente da academia e referiu que, quando tomou posse a grande preocupação foi a perda do “bem precioso, o aluno”.
Na altura, a UTAD tinha cerca de 7300 estudantes só que, a partir daí, a instituição começou a sentir problemas devido à “diminuição constante do número de alunos”, em grande parte devido à concorrência do ensino superior privado e público do Porto, Minho e Bragança.
“Infelizmente, em áreas onde éramos tradicionalmente fortes, rapidamente tivemos a competição de universidades como a do Porto, uma concorrência que surgiu inscrita no âmbito da autonomia das instituições”, salientou.
Segundo o responsável, a universidade entrou “num ciclo difícil” em que queria alunos, mas também precisava de docentes e de os qualificar e, depois, alguns cursos começaram também a sentir sérias dificuldades.
A UTAD possui atualmente cerca de 400 professores doutorados, uma aposta na qualificação que, para o reitor, representou um “grande esforço”.
Mascarenhas Ferreira salientou que a universidade tem sido “pioneira” em vários cursos, como o de Enologia ou de Engenharia da Reabilitação e Acessibilidade Humana. Nos últimos anos, a academia transmontana adequou todos os cursos a Bolonha.
Nos últimos três anos, segundo o reitor, a UTAD começou a recuperar o número de estudantes universitários.
A universidade conta com um orçamento de cerca de 35 milhões de euros, reforçado em quatro milhões através do contrato de confiança assinado entre o Governo e as instituições de ensino superior.
Por estar localizada num ambiente geográfica e demograficamente mais desfavorável, justifica que a UTAD tivesse sido uma das primeiras universidades do país a entrar em dificuldades financeiras.
Agora, depois de assinado o contrato de confiança com o Governo, a UTAD terá que elaborar o plano estratégico para cumprir a sua parte do contrato com vista à formação de ativos.
Depois da tomada de posse do novo reitor, Mascarenhas Ferreira diz que quer descansar, libertar-se de horários e compromissos.
Depois quer aproveitar o período de seis meses a um ano que tem direito legalmente, para atualização científica.
“Tenho que me atualizar porque estive durante muito tempo dedicado à administração, à reitoria”, concluiu.




