Caos nos aeroportos vai ser ainda pior
A situação do tráfego aéreo europeu agrava-se para hoje, sábado. A Eurocontrol alerta que a nuvem de cinzas poderá deslocar-se para Sul. Estima-se que 1,3 milhões de pessoas foram lesadas. Há gente a dormir em aeroportos. Gente sem saber que fazer e o que a espera.
Um total de 17 mil voos foram cancelados desde anteontem e 17 países já encerraram o seu espaço aéreo. Mais de metade do tráfego europeu habitual foi anulado. Dos 28 mil voos previstos para anteontem, só circularam 20 mil. Ontem, já só se previa a descolagem de 11 mil aviões, quando o habitual ronda os 30 mil voos.
É uma perturbação como nunca antes se viu nos céus da Europa. Os dados mais recentes da Eurocontrol, Agência Europeia para a Segurança da Navegação Aérea, indicam que mais de um milhão de pessoas foi prejudicada pelo fenómeno natural.
Desde a Islândia – de onde veio a imensa nuvem de cinzas vulcânicas capaz de parar os motores dos aviões -, um perito em geofísica alerta para a “inexistência de soluções fáceis: a erupção pode acabar amanhã ou continuar a perturbar o tráfego aéreo durante semanas ou meses”. Por sua vez, a Eurocontrol constata que a situação para hoje poderá ainda pior, mas espera que, em 48 horas, haja melhorias.
A nuvem de todas as perturbações deverá deslocar-se, durante esta noite, para Sul e para Leste, o que, segundo a agência europeia, trará “perturbações significativas” para hoje. A nuvem poderá atingir, esta manhã, o Norte de Itália, mas não deve chegar ao Sul da Europa.
Alemanha; Bélgica; Dinamarca; Eslováquia; Estónia; Finlândia; França; Holanda; Hungria; Irlanda; Noruega; Polónia; Reino Unido; República Checa; Roménia; Suécia; e Suíça. De forma parcial ou total, todos estes 16 países foram obrigados a encerrar o seu espaço aéreo: a única forma de garantir a segurança dos passageiros. Contudo, algumas cidades europeias -Dublin, Paris e Oslo, por exemplo – autorizaram algumas aterragens. “Os dados mudam minuto a minuto”, adverte a Eurocontrol.
Com o prolongar da situação, as companhias aéreas arriscam perder 740 milhões de euros se se mantiver por mais três dias. “A perda de receitas poderá ser da ordem das centenas de milhões, possivelmente na casa dos 740 milhões de euros”, disse, ontem, o consultor do Centro de Aviação para a Ásia e Pacífico, Derek Sadubian, citado pela Bloomberg.




